Ainda no início do mandato que se estende até 31 de dezembro de 2028, o prefeito Júnior Garbim (PSB) tornou-se o principal alvo do ex-presidente do Podemos, Paulo Henrique Valentini (PH), que recentemente anunciou sua saída da legenda. O rompimento com a legenda partidária aconteceu após 10 meses de atritos internos e de uma guinada política radical de Valentini, antes um dos apoiadores do prefeito.
Nas eleições de 2024, o Podemos elegeu dois vereadores em Engenheiro Beltrão, mas ambos se distanciaram de Valentini após divergências sobre o posicionamento político de Valentini. Conhecido por sua postura crítica e polêmica nas redes sociais, PH Valentini, que até pouco tempo elogiava o prefeito Garbim, decidiu inverter o discurso, lançando ataques públicos na internet ao ex-aliado.
A mudança de tom, para muitos, tem motivação política. Com a oposição enfraquecida e sem nomes competitivos para 2028, Valentini tenta se apresentar como “novo polo” de enfrentamento à liderança de Garbim. No entanto, o atual prefeito mantém popularidade em alta, com mais de 80% de aprovação, segundo levantamentos recentes, índices semelhantes aos do governador Ratinho Junior (PSD).
Nos bastidores, há quem avalie que Valentini quer ser prefeito e age por ressentimento político, já que dificilmente seria o nome apoiado pelo grupo de Garbim nas próximas eleições municipais. Alguns afirmam que a virada de discurso teria sido motivada pelo isolamento político após perder seus dois vereadores e pela busca por visibilidade pessoal e se projetar politicamente.
Em suas redes sociais, PH chegou a chamar o prefeito de “encantador de burros”, demonstrando que não está preocupado com as reações dos 80% da população que apoia Garbim. Uma postura que o coloca em rota de colisão direta com a opinião pública, uma vez que o eleitorado mantém alto índice de satisfação com a administração de Garbim. Se ele fez a revisão do texto da postagem pelo menos uma vez, sabe o que escreveu e não mudou nada naquele parágrafo, que para mim foi infeliz, para quem quer virar o jogo que já está mais complicado que o 7 a 1 do Brasil na Copa. Garbim está melhor que a Alemanha naquele jogo, é fato.

Na minha modesta análise, mesmo com as críticas isoladas, Garbim segue consolidado. Reeleito em 2024 com 80,09% dos votos válidos, hoje o prefeito preserva o apoio político da população. Garbim disse que os eleitores não são burros e reconhecem seu trabalho. Ele também mantém o ritmo dos primeiros quatro anos e tem anunciado a captação de novos recursos. O município acumula cerca de R$ 80 milhões em convênios com o governo estadual e federal. Se 80% o reconheceram antes com a chegada de menos investimentos, porque seria diferente com essa enxurrada de recursos acontecendo agora?
Lideranças políticas do município afirmam que a mudança de postura de Valentini, contra o prefeito, tenta construir uma narrativa de desgaste da gestão para diminuir o poder de apoio do prefeito nas próximas eleições. Outra questão que discordo é sobre a crítica de Valentini de que os recursos chegam como o "Maná de Moisés”, o que revela desconhecimento do processo político, já que prefeitos e vereadores precisam atuar, buscar emendas e negociar apoios, o que Garbim e sua base têm feito com sucesso. Político que fica sentado em casa joga contra seu povo e quem entende um pouco do riscado sabe que é assim que a roda gira. Até para a obra de Deus na terra é necessário levar a “bolsa de oferta” até o Cristão.
Questionado sobre os ataques, Júnior Garbim optou pela moderação. Conversamos por aplicativo, ele afirmou que não é o momento de responder provocações, reforçando que “cada um faz suas escolhas” e que sua prioridade é seguir trabalhando. O prefeito resumiu afirmando que “o importante é a opinião dos mais de 80% da população que aprova sua gestão”.
Naquele momento da conversa, me veio automaticamente a lembrança do título do filme de 1991, “O silêncio dos inocentes”. O prefeito continua mantendo-se calmo, mesmo sob o ataque das flechas, do barulho e da provocação política em uma gestão que, até o momento, continua com ampla aceitação popular. Mais de 80% não é pouca coisa!
(Sobre o filme, quero deixar claro que minha lembrança se deu exclusivamente pelo título e não pelo enredo; não estou chamando ninguém de psicopata).
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