Uma empresa de serviços elétricos, que tem como proprietário o marido de uma professora que foi candidata a vereadora do grupo de Marinalva Carvalho nas eleições de 2020, registrou junto ao TSE uma pesquisa eleitoral e, de acordo com as datas, ficou bem claro que a informação tem grande potencial de induzir os eleitores ao erro. Caso a Justiça Eleitoral não faça a impugnação antes da divulgação da pesquisa, é certo que fará após. Os dados coletados estarão completamente fora da realidade, além do que existirá a suspeita de que os números possam não bater com dados reais daquele momento. A artimanha pode ser vista como uma tentativa de se criar um “clima” positivo em torno de uma candidatura, com números que certamente estão fraudados. O caso é bastante simples e fácil de entender. 

No último dia 05 de setembro, o TSE recebeu da empresa Maurílio Garbelini Instalações Elétricas o registro de datas da pesquisa que seria  divulgada na próxima quarta-feira, dia 11 de setembro. 

Agora que vem o “pulo do gato”. No registro eles informaram que a pesquisa foi realizada dos dias 22 a 24 de agosto, com 378 moradores. Ou seja, irão divulgar uma pesquisa de intenção de votos após 21 dias, quase um mês após a “suposta” coleta de dados. 

É evidente que qualquer levantamento feito dentro de um espaço tão grande de tempo, para uma campanha eleitoral de apenas 45 dias, estará completamente fraudado. 

Estarão divulgando números completamente errados quando todos os candidatos já estão em campanha, há quase um mês. A manobra evidencia uma clara intenção de desconsiderar a evolução de dois dos candidatos e a chegada de novos apoios para as outras candidaturas, tanto de lideranças importantes que se declararam, quanto ao apoio da máquina pública a um dos candidatos, com obras e novos eventos.  . 

O jornalista Angelo Rigon, de Maringá, também foi na mesma linha de investigação da COLUNA e apurou que a empresa que registrou a suposta pesquisa é de Almirante Tamandaré (Cidadania 360 Pesquisas e Soluções Tecnológicas Ltda), na região Metropolitana de Curitiba. O jornalista lembrou que normalmente o registro é feito antes da coleta de dados e não depois. 

Para piorar a situação, uma Consulta à Receita Federal mostrou que a empresa contratada não possui CNAE para realizar pesquisa de mercado e opinião pública. Outra curiosidade é que a pesquisa custou R$ 6 mil (Seis mil reais), pagos pelo CNPJ da empresa Maurílio Garbelini Instalações Elétricas, que pertence ao marido de uma professora que foi candidata a vereadora do grupo de Marinalva Carvalho nas eleições de 2020. 

Provocado, o Ministério Público Eleitoral pode pedir a impugnação, já que a manobra pode, em tese, ser vista como crime eleitoral.