A decisão do juiz eleitoral de Campo Mourão, Fabrício Voltaré, determinou a cassação dos diplomas dos vereadores recém-diplomados Alex Sandro Alves Nunes (“Tio Leco”, PP) e Sebastião Galdino (Tião do Karatê, PP) e a nulidade dos votos obtidos pelo Partido Progressistas (PP) nas eleições municipais de 2024 no município. A medida aconteceu após denúncia de fraude na cota de gênero, com a suposta utilização de uma candidata “laranja” que, além de não ter feito campanha, não residia no Brasil, tendo permanecido na Itália durante o processo eleitoral.
A ação foi ajuizada pelo PSD de Campo Mourão, alegando que o PP teria mantido a candidatura fictícia de Sandra Raquel da Silva de Morais exclusivamente para cumprir a exigência legal de cota de gênero (candidaturas femininas).
Segundo a denúncia, Sandra não realizou campanha, não obteve votação significativa (apenas 9 votos), não fez gastos eleitorais, não pediu votos publicamente e nem compareceu à convenção do partido.
Houve ainda tentativa de renúncia sem a assinatura da própria candidata, apenas do representante da coligação e presidente do PP local, Rodrigo Salvadori, indicando que Sandra não estava sequer no país e não participou efetivamente do pleito.
Além de cassar os diplomas de “Tio Leco” e "Tião do Karatê", o juiz determinou a nulidade de todos os votos recebidos pelo PP nas eleições proporcionais.
A exclusão dos votos do PP levará à recontagem dos quocientes eleitoral e partidário, devendo as vagas serem ocupadas por outros candidatos. Informações extraoficiais apontam que os candidatos Eraldo Teodoro (PSD) e Ibneias Teixeira (Cidadania), o “Bina”, assumirão as cadeiras na Câmara.
O magistrado declarou, ainda, a inelegibilidade de 15 candidatos do PP e do ex-candidato a prefeito, Rodrigo Salvadori, por 8 anos.
A decisão é de primeiro grau e ainda pode ser objeto de recurso em instâncias superiores da Justiça Eleitoral.
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