Na manhã desta segunda-feira, dia 08 de julho, a vereadora professora Vânora Marla Buim deixou a câmara municipal bastante abalada, segundo ela, por sofrer agressões verbais de dois colegas vereadores. A situação começou por volta das 08 horas, durante uma reunião da comissão de redação e legislação, onde se discutiria o Projeto de Lei nº 010/2024, que trata da autorização para uma operação de crédito para pavimentação asfáltica.
A confusão aconteceu antes do início oficial da reunião, com a presença do vereador José Augusto Macedo, Faustino e Bahia, que não são membros da comissão de Redação e Legislação, que iria deliberar sobre o projeto. Segundo o que consta em áudio gravado, José Augusto inicia a discussão de forma mais exaltada, falando alto, direcionando sua fala à vereadora Vânora. Ele se direcionou a vereadora Vânora, questionando a postura dela em relação a aprovação do PL. "Você é covarde", disse José Augusto em um dos trechos em direção a professora Vânora. Quando o vereador Faustino tentou intervir, ele foi alvo do vereador Wellington Félix, que apoiou José Augusto e também se dirigiu à professorea Vânora, afirmando que ela não tinha postura por ter mudado de opinião, contrária a deles. "A senhora não tem postura professora", disse Welligton num trecho da discussão. A discussão entre Welligton e Faustino escalou para falas mais exaltadas do vereador Welligton e até ameaças surgiram, situação que acabou sendo controlada pelo advogado da câmara, doutor Tarso, que precisou intervir para acalmar os ânimos.
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Toda discussão começou quando o vereador José Augusto se irritou com um comentário do vereador Fabrício sobre gravação da reunião das comissões. Questionado sobre a confusão, o vereador Fabrício disse apenas que comentou que reuniões anteriores não eram gravadas e nesse momento a vereadora Vânora esboçou um pequeno sorriso ou auvir o comentário, gerando irritação nos vereadores envolvidos na confusão.
A relatora do projeto na comissão, vereadora Vânora, bastante abalada, ao sair da câmara conversou com a imprensa (ela estava chorando nesse momento) e falou da sua tristeza e indignação com o ocorrido, destacando a necessidade de respeito e a importância de discutir ideias na câmara, sem recorrer a intimidações. Ela relatou que já entrou em contato com a procuradoria da mulher da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) e está encaminhando uma representação contra os vereadores José Augusto Macedo e Wellington Félix. A procuradoria da ALEP informou que abrirá um procedimento a ser enviado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) para responsabilização dos envolvidos.
"Eles não querem aceitar que eu tenha opinião e vote com a minha consciência, que eu tenha o direito de mudar de opinião todas as vezes que achar importante para a sociedade. Eu fui eleita pelo voto e não fui colocada aqui para obedecer a vontade deles. Eu sou mulher, sou professora e sou vereadora e vou ser respeitada nas minhas decisões, gostem eles ou não", disse a vereadora.
O projeto que gerou a confusão visa autorizar a prefeitura a realizar uma operação de crédito de R$ 4.100 milhões para pavimentar ruas de pedra irregular na cidade com asfalto, principalmente no Conjunto Perdizes, Viúvas, Esperança e Primavera, entre outras ruas com pedra irregular. O vereador José Augusto já se declarou contrário ao projeto e por outro lado vereadores ligados ao Poder Executivo acusam o vereador Welligton Félix de tentar atrapalhar a tramitação nas comissões, exigindo documentos que não são necessários, já que todos os documentos solicitados pelo departamento jurídio da câmara já teriam sido enviados.
A vereadora Vânora lamentou o episódio e destacou a importância de respeitar as opiniões e decisões de todos, especialmente em um espaço destinado ao debate democrático como a câmara municipal.
A COLUNA entrou em contato com os vereadores José Augusto Macedo e Welligton Brasil Félix questionando ambos sobre o ocorrido. Eles deram suas versões dos fatos:
Vereador José Augusto Macedo
"O acontecido é o seguinte, cheguei na sala de reuniões e a reunião já estava acontecendo, perguntei se já era a reunião da comissão e disseram que sim, informei que queria que a reunião fosse gravada, pedi para o acessor da câmara buscar o celular da câmara para gravar a reunião da comissão, nesse momento o vereador Fabrício se levantou para pegar um café e de forma irônica soltou uma piada sobre a gravação que eu pedi para ser gravada, a Vereadora de forma irônica sorriu e concordou com o vereador Fabrício, eu disse para o vereador que não queria piadinhas naquele momento e que a reunião era pública e se em outro momento eles não pediram para gravar o problema era deles e não meu, o vereador fez menção a um outro projeto anteriormente aprovado na câmara, onde a Vereadora não posicionou de uma forma e no plenário mudou o voto, eu disse a ela que quem era ela pra me questionar porque a mesma nem provisionamento tinha, falava uma coisa e no plenário mudava a opinião que pessoas assim não tem meu respeito político, ela disse que iria continuar com a mesma postura eu parabenizei ela e disse então fica na sua e guarda as piadinhas, peguei na mão do vereador Fabrício e disse que respeitava ele porque ele tinha posicionamento ela não, nesse momento o vereador faustino e o Welington começaram a discutir e tom elevado , posteriormente acalmados pelo advogado da casa Dr Tarso". (Vereador José Augusto Macedo, em Nota enviada à COLUNA)
Vereador Welligton Brasil Félix
"Em suma, na reunião da comissão de legislação e finanças de ontem após a chegada do vereador Zé Augusto, a qual pediu que as reuniões em conjunto das comissões fossem gravadas. O vereador Fabrício fez uma piada a respeito e a vereadora Vanora sorriu de forma irônica tendo o Vereador Zé Augusto se ofendido, razão pelas quais houve uma discussão entre ambos sobre a falta de posicionamento da vereadora Vanora nos projetos de lei que tramitam na Câmara de Vereadores. Na sequência eu e o vereador Faustino também tivemos uma discussão recíproca e intensa, por causa do polêmico Projeto de Lei 010/2024 do Empréstimo de R$ 4.100.000,00, no qual o vereador Faustino não concordou com o fato de mim como membro da comissão questionar a legalidade do Projeto e da ausência de documentos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, tais como ART. 32, 42, parágrafo único e outros dispositivos legais mais. Depois da discussão a reunião da comissão transcorreu normalmente quando pude expor minhas considerações sobre o projeto e solicitado vistas do Projeto, tendo sido aceito por todos os membros das comissões. Por fim, na sequência fomos ao Plenário para darmos início à reunião da Câmara de Vereadores". (Vereador Welligton Brasil Félix, em Nota enviada à COLUNA).
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